Olá! Sou a Patricia do Di.
Há algum tempo um casal de amigos, Ane e Ricardo (Doca), vem nos convidando para participar deste encontro fantástico, mas, como sempre, eu encontrava obstáculos para qualquer atividade direcionada ao casal. Completaremos 29 anos no dia 08 de julho e por duas ocasiões quase não chegamos lá.
Por algum motivo, que não compreendia, comecei a me afastar do meu marido e de Deus, chegando ao ponto de não mais comungar. Esta situação vinha me incomodando imensamente, mas, por mais que eu refletisse, não conseguia entender porque aconteceu. Meu marido tentava de todas as formas nos resgatar, mas nada adiantava. Amigos e familiares me criticavam por me dedicar demais aos meus filhos e excluir meu marido, que incansavelmente persistia nas orações para nós. Fizemos terapia de casal sem sucesso, já não olhava mais os olhos do Di, e há anos ele não recebia um beijo íntimo.
Antes de subir a serra, pedia em silêncio que, se Deus pudesse olhar um pouquinho para mim, me ajudasse a descobrir porque estava tão longe de alguém que amava, já que eu não conseguia mais ser companheira do primeiro amor da minha vida. E Deus se revelou em meu coração! Ao longo dos dias consegui identificar onde foi o ponto zero que toda minha frieza começou.
Quando nos casamos eu ainda estava na Faculdade, tínhamos poucos recursos e aguardamos 4 anos para gerar nosso primeiro filho. Sempre fui uma pessoa muito ansiosa e isto dificultou minha lactação. Após dois dias de seu nascimento, meu filho iniciou febre e foi internado no CTI. Somando a isto a ansiedade, surgiu uma tristeza imensa. Ele retornou para casa e minha lactação estava cada vez pior. Certo dia, quando retornávamos do banho de sol, me distrai e tropecei. Meu filho foi lançado ao chão com tanta violência que fraturou todo o osso lateral da cabecinha dele. Há 24 anos atrás não tínhamos os recursos de hoje e praticamente só podíamos mesmo rezar. Foi este o ponto zero! A partir daí, senti uma culpa enorme por ter falhado nos planos de Deus como mãe. Não fui capaz de proteger meu filho, não conseguia amamentá-lo adequadamente e quase o matei.
Adoeci, tive consciência disso e tentei retornar ao trabalho. Assim, me afastando de meu filho, poderia tentar permitir que alguém se aproximasse dele. Chorava durante todas as horas que estava trabalhando. Consegui me acostumar um pouco, porém permanecia doente, sem consciência da culpa. Me afastava de meu marido e de Deus cada vez mais. Durante todos esses anos sempre fui extremamente conectada ao filho mais velho que praticamente me obrigou a ter outro filho. Meu elo com as crianças era tão forte que não permitia que ninguém o alterasse, nem mesmo meu marido.
Há alguns meses, eu e meu filho mais velho tivemos uma discussão muito grave e ele rompeu todos os laços comigo. Meu chão se abriu sob meus pés. Sempre soube que um dia eles partiriam para suas vidas, mas pensava que tal fato ocorreria tranquilamente, e nunca sob a raiva, e ódio. Estava completamente partida quando iniciamos o acampamento, mas Deus me colou! Seu imenso amor me fez sentir o perdão sob meu coração. Eu me perdoei! Senti a presença maravilhosa do Espírito Santo e fui abençoada com a cura de minha culpa. Consegui olhar dentro dos olhos de meu marido, vi suas rugas e como são belos seus olhos! Consegui enxergar toda a dedicação, fé, persistência e amor! E o principal, depois de mais de 15 anos: comunguei! Meu filho também abriu as portas de seu coração e retornou para mim, mais maduro e fortalecido.
Não tenho palavras para agradecer por tantas orações e por tanto amor que recebemos. Foram dias inesquecíveis, e para quem puder me compreender: Paulinho, a camisa de Nossa Senhora ficará guardada em um cantinho perdido do armário para sempre!
Obrigada a todos que ajudaram a restaurar mais um casal! Vocês estarão sempre presentes em nossas orações, pois NÓS TAMBÉM ACREDITAMOS NA FAMÍLIA!!!