Nossa Igreja, em tantos documentos dos Papas fala-nos sempre sobre a família. E nos propõe até após o Natal comemorarmos o dia da Sagrada Família: Jesus, Maria e José. Pensando na Sagrada Família logo refletimos sobre a nossa família.
Lembramos com carinho de nossos pais que nos trouxeram à vida, nos formaram e nos prepararam para realizar nossos ideais.
A família é o lugar onde começa toda a vida humana e caminhando para a frente é aí que se refletem as transformações de cada pessoa e da sociedade.
Qualquer filosofia ou projeto prático que dá mais valor ao indivíduo sem o ligar à família ou a outros laços de amizade tira todo o sentido da vida humana
A natureza humana mostra-nos a necessidade de nos ligarmos uns aos outros: inicialmente por necessidade vital e seguindo pela vida afora o bem que se consolida com a boa convivência com todos na amizade, no apoio em todos os momentos.
É egoísta quem pensa e vive: É bom o que me agrada, o que eu acho que agora me faz bem, não se importando com os outros..
A família por definição, por natureza, pede respeito pelas pessoas: pelo que são, pelo que fazem e pelo amor que dedicam uns aos outros.
O Livro do Eclesiástico da Bíblia, mesmo dentro de uma outra cultura, coloca diante de nós o valor que é e significa o respeito e o amor dos filhos por seus pais, principalmente quando em necessidade.
Estamos vivendo numa época em que a família é marcada pela instabilidade e por conflitos cada dia.
A palavra de São Paulo em sua carta aos Colossenses(3, 12-17), apresenta qualidades que colaboram para garantir a vida no amor, na paz de Cristo entre esposos, pais e filhos: misericórdia, bondade, humildade, mansidão, perdão e acima de tudo a caridade, um amor-doação com a paz de Cristo, com a Palavra de Deus e a oração.
As relações entre pais e filhos na família de hoje está longe de refletir o evangelho como vemos em S. Lucas c. 2,41-52.
Neste trecho lemos como Jesus, Maria e José entendiam e viviam sua vida em família . Torna-se claro também qual a verdadeira educação em família.
Na família deve-se cultivar o sentido do sagrado e do religioso no comportamento dos pais. Como diz o texto do evangelho: “Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa”.
Dentro da circunstância surpresa (Jesus ficara em Jerusalém sem avisar seus pais!) seus pais não deixam de chamar à atenção: “Filho, porque procedeste assim conosco? “
Outra maneira de manifestar suas responsabilidades: o cuidado permanente com a segurança, saúde e educação dos filhos: “Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura”
Respeito vocacional expresso pela resposta de Jesus, não entendida por seus pais: Vocês não sabiam que Eu devia estar na casa de meu Pai? Por fim o sentimento filial de respeito e obediência: Jesus desceu com eles para Nazaré e era-lhes obediente.
Quero pensar sobre a família como Deus a planejou. Vou reservar uns momentos de absoluto silêncio, em clima de oração e fé na presença de Deus. Quero dizer a mim e a Deus que eu aceito a família como Ele a idealizou.
Louvo e bendigo o Senhor por esta invenção maravilhosa.
Olharei com mais compreensão e participação amiga para a minha vida em família, para a família que tenho agora ou para a situação em minha idade.
De coração oro : Obrigado Senhor, pela família em que estou. Quero cultivar nela a tua paz. Receber a tua bênção. Alegrar-me contigo porque nos aceitas com todas as nossas dificuldades.
Que tua presença garanta em todos muita paz, união e um querer bem sem condições.
Que os pais tenham a certeza que são pessoas muito queridas de Deus pela missão grandiosa que receberam: preparar seus filhos para a grande aventura e felicidade de suas vidas.
Mons. Paulo Daher junho 2016