Os temas relacionados à família nunca estiveram em pauta como nos últimos anos, especialmente pela avalanche dos “novos modelos de família” apresentados por grupos minoritários, que desejam impor suas ideias, a todo o custo, destruindo o processo natural, social, antropológico e religioso construído ao longo da história da humanidade. Tinha razão o Papa Bento XVI ao afirmar que estamos vivendo numa “mudança de época” e não somente em uma “época de mudanças”.
Para responder a essa nova sociedade, sob a luz do Evangelho, o Papa Francisco convocou um Sínodo, cujo tema versou sobre “os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, a fim de orientar os quase dois bilhões de católicos espalhados ao redor do mundo.
Na prática, a mentalidade pós-moderna afirma, categoricamente, que a família é uma instituição falida, pela constatação do aumento de divórcios, dos casais desestruturados, dos conflitos conjugais, da violência doméstica e do aumento assustador dos filhos desajustados. Porém, as sugestões dadas para a superação das dificuldades encontradas visam o aniquilamento da família e a imposição de um projeto bem diferente daquele pensado pelo Pai e revelado por Jesus Cristo.
Em meio a tantas sugestões negativas, estão surgindo, na Igreja, iniciativas extraordinárias que visam responder aos questionamentos apresentados pela sociedade contemporânea e à problemática visível da vida conjugal, colaborando na formação cristã para casais, sob o foco do sacramento do matrimônio, sinalizando as características de um relacionamento conjugal saudável, assim como a estruturação da base familiar e a importância da família no plano de Deus.
Das muitas frentes surgidas, uma merece destaque em nossa Diocese: o PROJETO CASAIS RESTAURADOS.
Não se trata de uma pastoral, mas de um projeto que colabora na reflexão sobre a vida conjugal, restaurando seu real significado, construindo novas metas, e devolvendo às paróquias casais conscientes da sua vocação, missão e responsabilidade.
Sem que imaginássemos, o projeto, capitaneado por Paulo e Carla Cleffs, tomou proporções que só a graça de Deus pode dotar, envolvendo cada vez mais casais dispostos a fazer uma nova experiência de amor, buscando uma renovação da aliança matrimonial e vendo transformada não somente a sua vida conjugal, mas dando-lhes uma nova visão da vida eclesial.
Peço a Deus que continue abençoando essa iniciativa, cujos frutos já estamos colhendo, pois “o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos o que pedir como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede por nós de acordo com a vontade de Deus” (Rm 8,26-27).
Dom Gregório Paixão, OSB
Bispo Diocesano